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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Calado

Logo eu, que tenho uma relação tão íntima com as palavras, prefiro quando elas nem precisam ser ditas.

Prefiro um gesto. Quando só um olhar me diz tudo o que eu preciso saber. Quando um sorriso transmite a mensagem perfeitamente. Quando um abraço manda o recado. A coisa mais linda que pode acontecer entre duas pessoas é o entendimento calado, a sintonia tamanha que o discurso se torna desnecessário. Das declarações de amor, descarto os textos extensos (que não dizem nada, no final das contas, porque amor não se explica) e desejo apenas linguagem corporal: o olhar, o sorriso, o abraço. 

O bem-querer mais sincero é provado quando quem dá o presente não precisa nem que o receptor saiba quem foi o remetente. Quando o mais importante não é ser reconhecido pelo gesto, mas arrancar o sorriso daquele que se desejava alegrar. Isso é o que mais acalanta meu coração, o que me desperta o carinho sincero e a gratidão mais profunda. 

O amor mesmo, aquele quase infantil de tão puro, que é o mais lindo e é o que eu desejo todo dia pra mim e pra todo mundo... ele é calado. E não pede nada em troca.

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