Logo eu, que tenho uma relação tão íntima com as palavras, prefiro quando elas nem precisam ser ditas.
Prefiro um gesto. Quando só um olhar me diz tudo o que eu preciso saber. Quando um sorriso transmite a mensagem perfeitamente. Quando um abraço manda o recado. A coisa mais linda que pode acontecer entre duas pessoas é o entendimento calado, a sintonia tamanha que o discurso se torna desnecessário. Das declarações de amor, descarto os textos extensos (que não dizem nada, no final das contas, porque amor não se explica) e desejo apenas linguagem corporal: o olhar, o sorriso, o abraço.
O bem-querer mais sincero é provado quando quem dá o presente não precisa nem que o receptor saiba quem foi o remetente. Quando o mais importante não é ser reconhecido pelo gesto, mas arrancar o sorriso daquele que se desejava alegrar. Isso é o que mais acalanta meu coração, o que me desperta o carinho sincero e a gratidão mais profunda.
O amor mesmo, aquele quase infantil de tão puro, que é o mais lindo e é o que eu desejo todo dia pra mim e pra todo mundo... ele é calado. E não pede nada em troca.
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