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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Vamos combinar

Vamo fazer um trato? Fica combinado assim: a gente não vai banalizar o "eu te amo".

As pessoas dizem que "ódio" é uma palavra forte, mas nada tem mais força que um "eu te amo".

"Eu te amo" não foi feito pra ser dito o tempo todo. Pra isso já existe o "gosto de ti", com variações como "gosto tanto de você". Existe o "eu te adoro", até "te curto" vale.

Você não vai demonstrar que me ama se toda vez que for dar tchau no telefone falar "te amo, beijo". Não vai provar nada se proferir essas três palavras sem parar em todas as redes sociais. Eu não preciso e nem quero ouvir isso todos os dias.

Por favor, guarde o seu "eu te amo" pros momentos em que você realmente sentir isso. Eu sei (ou pelo menos acredito) que quem ama, ama em tempo integral, e não em instantes exclusivos, mas guarde o seu "eu te amo" pra quando alguma coisa te acelerar o coração, te fizer perder o fôlego por uns segundos, abrir um sorriso no seu rosto.

Eu prefiro um "eu te amo" tipo aquele que você falou enquanto esperávamos o elevador, logo depois de nos olharmos em silêncio. Quando você acrescenta um "sabia?" no final e me puxa pra um abraço depois, que nem você fez dessa vez, ele fica mais lindo ainda.

Eu tenho certeza de que seu "eu te amo" é verdadeiro quando você o profere como naquele dia em que víamos um filme e você parou de prestar atenção na TV e ficou me olhando, e eu fingi não perceber até você se aproximar do meu ouvido e sussurrar. É mais lindo quando você sussurra, também.

Eu acredito no seu "eu te amo" não quando você quer me agradecer por alguma coisa ou quando você acha que eu tô chateada, mas  quando você fala entre um riso e outro que eu proporcionei com  algo que eu fiz ou falei,  uma daquelas coisas das quais só nós rimos, que só nós entendemos.

E eu  peço tudo isso não só pelo fato de que é muito mais fácil se iludir por um "eu te amo" dito da boca pra fora, apesar de isso ser um motivo mais que compreensível. Eu peço, principalmente,  porque cada momento desses em que você me fala seu mais sincero e precioso "eu te amo" me dá uma segurança a mais, me dá um calorzinho diferente no coração, me traz um sorriso no rosto que é exclusivo pra você, me assegura que meu "eu te amo" também é seu.

Sabe o  frio  na barriga que aparece no segundo antes da queda da montanha-russa? Quer dizer que o corpo não tá acostumado com aquela sensação  (pelo menos é o que meu senso comum me leva a crer). Imagina que incrivelmente tedioso seria se habituar com  isso. Eu jamais iria querer. Não tire de mim as borboletas no estômago dignas de criança em parque de diversão esperando na fila do brinquedo mais radical, que só aparecem quando você me fala seu "eu te amo". Não me deixa mal acostumada, não.

Eu prometo fazer o mesmo por você. E é assim que você pode ter certeza de que, sempre que eu te oferecer o meu "eu te amo", é de verdade.

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